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V - Missionário em São Paulo

Missão entre os doentes

A permanência de Pe. Ângelo em São Paulo deu-se em dois períodos: de 1982 a 1989, compreendendo sete anos e de 1991 até 7 de dezembro de 2000, fazendo mais nove anos.

São Paulo, capital. A região metropolitana de São Paulo, capital do Estado de São Paulo é de 19.223.897 habitantes, o que a torna a sexta maior aglomeração urbana do mundo
(Fonte: pt.wikipedia.org/)

Foto de Iracema Santos Fantaguci.

Na capital paulista, convivendo com os problemas e contrastes dessa metrópole de mais de 12 milhões de habitantes, uma das maiores da América Latina, viveu 14 anos de sua vida praticando humilde e relevante trabalho em especial junto aos mais carentes.
Residiu a maior parte do tempo na Casa Provincial, na Paróquia do Caxingui. Essa Paróquia, como já foi ventilada no início, foi o primeiro marco da presença dos Combonianos, no Sudeste brasileiro, a partir de 1952.
Em abril de 1998, Pe. Ângelo transferiu-se para a cidade de São José do Rio Preto, onde permaneceu até sua morte. [...]
Seu apostolado desenvolveu-se, sobretudo, junto aos presidiários, favelados, doentes, idosos, operários, viciados, estudantes da periferia, migrantes pobres nordestinos e ao lado de ex-alunos e amigos maranhenses residentes em São Paulo, de quem nunca se esqueceu.

Nesta missão, Pe. Ângelo mostrou toda a grandeza de seu coração, toda a extensão e amplitude de seu amor a Deus e aos homens. A fonte desse amor estava no próprio Deus que é amor. Vejamos como ele mesmo se refere a essa fonte:
Este amor pelos irmãos marginalizados não é fruto de um sentimentalismo pelos pobres, nem é expressão de um ativismo sociopolítico ‘horizontalístico’... mas é uma conseqüência lógica da união do meu pobre coração operado pelo Espírito Santo, por meio de Maria, com o coração traspassado de Jesus. Essa união faz palpitar o meu coração com as mesmas palpitações do amor infinito pelo Pai e por todos os homens, especialmente os mais pobres ... impelindo-me a servi-los, sacrificar-me e a fazer-me ‘comida’, como Ele se sacrificou e se deixa comer por mim.”
Mensageiro da paz e do amor, da esperança e da vida, sua memória é um testemunho vivo que nos mostra o caminho  da verdadeira pertença à Igreja, numa doação total de sua vida a Jesus por meio de Maria.
O trabalho desenvolvido junto aos doentes foi frutuoso e admirável. Na verdade, essa pastoral começou quando ainda se encontrava em São José do Rio Preto, para restabelecimento de sua saúde.
Quando veio doente da pré-Amazônia maranhense, foi encaminhado para o Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, onde foi operado. Viajou depois para Verona, na Itália, a fim de receber maiores cuidados médicos. Retornando para São Paulo, foi enviado para São José do Rio Preto, aí permanecendo por dez meses, para total restabelecimento de sua saúde. Durante esse tempo, iniciou um trabalho junto aos doentes dos três hospitais ali existentes na época. Duas vezes por semana, ia a esses hospitais, animando os doentes com palavras de fé e conforto.

Esse trabalho, segundo ele mesmo,  foi o que mais o satisfez em São José do Rio Preto. O apostolado junto aos enfermos tornou-se sua especialidade.
Ao ser transferido para a capital, continuou essa missão no Hospital Iguatemi, aí atuando por todo o tempo em que permaneceu na cidade de São Paulo.
De início, enfrentou dificuldades por parte da Diretoria do Hospital que não queria aceitar seu trabalho, alegando o caráter laico da instituição. Com o poder da oração e do diálogo, venceu esses obstáculos.
Duas vezes por semana, às terças e sextas-feiras, ia o fervoroso sacerdote confortar os doentes, transmitindo-lhes palavras de ânimo e fé. Aqueles que quisessem, ouvia-os em confissão, levava-lhes a comunhão e ministrava o sacramento da unção dos enfermos. Essa prática ocorria sob uma perspectiva ecumênica de respeito e de amor a todos, em suas diferenças. Dessa forma, o Padre foi se tornando amigo também dos funcionários, inclusive dos Diretores do Hospital. Sua presença acolhedora e serena irradiava a todos sentimentos de paz, força e caridade e era por todos desejada. Como fruto desse trabalho, foi construída uma Capela no Hospital, onde, para alegria de muitos, aos sábados, era celebrada por ele a santa missa.
No segundo período de sua presença em São Paulo, além do Hospital Iguatemi, passou a visitar também a Clínica de Repouso Vila Verde para idosos doentes, no Morumbi. Essas visitas eram feitas nas tardes das quintas-feiras.
Além do Hospital Iguatemi e da Clínica Vila Verde, ia ainda a outros hospitais visitar amigos doentes. Uma balsense que morava em São Paulo e sofria de câncer recebeu dele muito conforto. Eu mesma, quando estive doente em um hospital, em São Paulo, também fui por ele visitada e confortada, recebendo dele a comunhão. Muitos foram os que recebiam visitas dele em suas próprias casas, pois, como ele mesmo dizia, os doentes precisam mais de carinho do que de pão. [...]
Sua missão junto aos doentes continuou após deixar a capital em 1998, quando foi residir em São José do Rio Preto. Lá foi, por quase dois anos, Capelão do Hospital Austa, em substituição ao Pe. Zen.
Para ir ao Hospital, ele agradeceu a condução que lhe era oferecida. Preferia fazer a pé o longo percurso, pois assim, dizia ele, teria oportunidade de conquistar amigos e ajudá-los, caso fosse possível e necessário.
Como fazia no Hospital Iguatemi, também no Austa, procurava informar-se, na Direção, dos nomes dos doentes e do número de seus leitos, como forma de tornar sua visita a mais amistosa possível.
Pe. Ângelo passou cinco meses na vizinha cidade de José Bonifácio, em substituição ao Pároco que havia sido assassinado por ladrões. Aí também visitava os doentes da Santa Casa, desenvolvendo essa Pastoral que tanto o satisfazia durante o curto período que ficou na cidade.
Refletindo sobre os frutos dessa prática, exclama:
O coração de Jesus me deu tanto consolo neste ministério, assistindo a muitos filhos pródigos retornarem para a casa do Pai. De fato, a dor, iluminada pela Fé, é uma grande aliada da misericórdia de Deus, para amadurecer o homem sobre o sentido da vida e ajudá-lo a retornar ao Pai”.

 

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