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V.VI - A última missão

A oração que o colocava em completa sintonia com Deus foi a força móvel que conduziu a prática desse ousado missionário de físico débil, mas de espírito forte e combativo. [...]
Dizia Pe. Ângelo:
Não quero que minha vida se reduza ao ativismo, mesmo se há tanto por fazer. É preciso oração, contemplação, porque é Ele quem salva as almas, nós somos apenas instrumentos”.
Acrescenta ainda:
A fonte que me abastece de luz e força para sacrificar-me até o fim é a Eucaristia, a Santa Missa e as horas passadas aos pés do Tabernáculo”.
Nas ruas, sempre estava rezando, enquanto caminhava.
Eram muitas as pessoas que lhe pediam para rezar por elas e a todos atendia com carinho, pois era um grande intercessor de todos aqui na terra, não só rezava, mas incentivava-nos à prática tão necessária.

Até sua morte, Pe. Ângelo cultivou intensamente a oração e o trabalho. Aliás, seu trabalho há muito já se transformara em oração.

A fragilidade de sua saúde, a idade avançada e ainda seu modo de vida arrojado, numa cidade tão perigosa como São Paulo, foram fatores que levaram o Superior Provincial a achar melhor transferi-lo para São José do Rio Preto, cidade do interior paulista, onde os Combonianos estavam inaugurando uma Casa de Repouso para Combonianos idosos e doentes. Estes poderiam prestar relevantes serviços na Paróquia de São Judas Tadeu, sob a direção dos Combonianos, que lá desenvolviam, dentre tantos trabalhos, uma louvável obra junto aos meninos de rua. Assistiam também os doentes do Hospital Austa, trabalho esse que Pe. Ângelo tanto apreciou.
A decisão do Superior, apesar de aceita por Pe. Ângelo, parece não o ter agradado. Vejamos como ele nos fala sobre isso:
Em 18 de março, depois do Conselho Provincial, o superior me comunica que deveria deixar a comunidade de São Paulo para ir, pelo fim de abril, a fazer parte da nova comunidade Betânia, em São José do Rio Preto, distante 450 km de São Paulo, construída como casa de repouso para os confrades idosos das duas províncias combonianas brasileiras.
Sabia que São José do Rio Preto é famosa pelo grande calor e sabia, por experiência pessoal, que me faria  muito mal ao coração. Por isso, perante Deus, me senti no direito e no dever de fazer notar esta dificuldade ao Pe. Provincial, sempre, porém, disposto à obediência, com os achaques de meus 80 anos, mesmo com prejuízo à minha saúde, com o sacrifício da vida.
O Provincial me ordenou que partisse assim mesmo e que, se adoecesse, fosse para outra casa, menos para essa em São Paulo”.

Em São José, Pe. Ângelo desenvolveu muitas atividades junto aos doentes, idosos, encarcerados, além de trabalhos na Igreja de São Judas: celebrava missas, ouvia confissões, encomendava os mortos etc.

Seus confrades reconheciam e admiravam a extensão e riqueza de sua missão. [...]
E assim, na labuta cotidiana, no combate contínuo do homem novo contra o homem  velho, Pe. Ângelo ia se tornando vencedor, porque fecundado pela graça divina. Aproximava-se da morte como homem renascido no espírito para receber a coroa da glória. [...]
Os santos são recordados com carinho, venerados com admiração. Tornam-se exemplos a imitar. Interessante! É assim que a maioria das pessoas que conviveu com Pe. Ângelo se recorda dele: com muita estima e admiração. [...]

Um dos desejos de Pe. Ângelo era ser enterrado em “sua querida Balsas” junto a seus confrades Combonianos, com os quais partilhou as lutas e as dores nas batalhas pelo Reino de Deus, nos inícios da Prelazia. Esse desejo foi partilhado por ele, em carta enviada, em 2 de outubro de 1989, ao Superior Geral, na Itália, e também foi manifestado a muitos de seus amigos.

Que possamos, nós balsenses, com a aquiescência dos superiores da Congregação, realizar esse seu desejo, transladando seus restos mortais lá de São José do Rio Preto para cá, sua nunca esquecida Balsas.

Catedral Sagrado Coração de Jesus, Balsas, Maranhão, onde estão sepultados os bispos combonianos que marcaram profundamente a história de Balsas, Dom Rino Carlesi e Dom Franco Masserdotti. Vito Milesi em seu livro, Um Bispo Feliz, diz que “Dom Rino ostentava todo o seu orgulho e contentamento de ser bispo: ao consagrar a catedral ao Coração de Jesus, ao ordenar padres para o Maranhão e, quando sagrou bispo, na mesma catedral que construiu, o seu sucessor, Dom Franco Masserdotti. A felicidade, o júbilo, a gratidão a Deus cantavam no rosto de Dom Rino, como nunca naquele dia 2 de março”.

Túmulo de Pe. Ângelo La Salandra em São José do Rio Preto, São Paulo. (Foto enviada por Pe. Enrico Galimberti, Provincial da Casa Comboni, de São José do Rio Preto, São Paulo.)

 

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